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Metodologias Ativas

Metodologias Ativas como resposta educacional do futuro.

As transformações do século XXI exigem uma redefinição na maneira como a educação é concebida e implementada. O protagonismo do aluno, a revolução tecnológica e a necessidade de habilidades práticas e críticas no mundo real tornam imperativo repensar as abordagens tradicionais de ensino. Dentro deste cenário emergente, as metodologias ativas surgem como uma resposta inovadora e eficaz, colocando o aluno no centro do processo de aprendizagem e valorizando a experiência, a colaboração e a reflexão. Este texto irá explorar o conceito, a relevância e os benefícios das metodologias ativas no ambiente educacional contemporâneo.

As metodologias ativas não são fruto da visão ou inovação de um único indivíduo, mas sim uma construção coletiva que evoluiu ao longo dos anos com contribuições de diversos teóricos e educadores. Representando uma evolução nas práticas pedagógicas, sua formação é resultado da amalgamação de diversas teorias, práticas e observações que, ao longo do tempo, convergiram para um entendimento mais profundo sobre o processo de aprendizagem, o papel do aluno e a dinâmica da sala de aula. Em vez de ser atribuída a uma única mente brilhante, a metodologia ativa é verdadeiramente uma tapeçaria rica, tecida a partir dos insights e experiências de muitos na vasta arena da educação.

Metodologias Ativas no Contexto Educacional Contemporâneo:

As metodologias ativas representam uma evolução nas práticas pedagógicas, reconhecendo a necessidade de um ensino mais centrado no aluno. Elas abrangem uma série de abordagens, como:

Sala de Aula Invertida: Esta abordagem desloca o foco das palestras tradicionais, incentivando os alunos a se prepararem previamente, permitindo um uso mais efetivo do tempo em sala para discussões e atividades práticas.

Ensino Híbrido: Combina o melhor do ensino presencial e online, oferecendo uma experiência de aprendizado mais rica e diversificada.

Aprendizagem entre Times: Promove a co-construção de conhecimento, incentivando o trabalho colaborativo e interativo entre os alunos.

Gamificação: Ao incorporar elementos lúdicos no processo de ensino, busca tornar a aprendizagem mais envolvente e motivadora.

Aprendizagem Baseada em Projetos e Problemas: Estas abordagens colocam os alunos frente a desafios práticos, incentivando a aplicação direta do conhecimento adquirido.

Tais metodologias reconfiguram o papel dos alunos no ambiente educacional, transformando-os de meros receptores de informações para protagonistas ativos no processo de aprendizagem. Isso não apenas potencializa o engajamento e compreensão dos conteúdos, mas também prepara-os melhor para um mundo em constante transformação.

Benefícios das Metodologias Ativas:

Aprendizado Profundo: As metodologias ativas permitem um mergulho mais profundo no conteúdo, promovendo não apenas a memorização, mas o entendimento e a capacidade de aplicar o conhecimento em contextos variados. Essa abordagem é fundamental para cultivar habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas.

Engajamento do Aluno: Com a aprendizagem ativa, os alunos tornam-se participantes centrais do processo educacional, o que potencializa seu engajamento e motivação. Prince (2004) destaca que essa abordagem pode amplificar a retenção e assimilação das informações.

Desenvolvimento de Habilidades Sociais: O trabalho colaborativo, que é central em muitas metodologias ativas, é instrumental no desenvolvimento de habilidades sociais, como a comunicação efetiva, trabalho em equipe e capacidade de empatia.

Flexibilidade e Personalização: Estas metodologias oferecem a possibilidade de adaptar o ensino às necessidades específicas e interesses de cada aluno, oferecendo um aprendizado mais personalizado e contextualizado.

Preparação para o Mundo Real: O enfoque em resolver problemas e desafios práticos prepara os alunos para os desafios que enfrentarão em suas carreiras e vidas pessoais.

Desafios na Adoção de Metodologias Ativas:

Adotar metodologias ativas exige uma reconfiguração da pedagogia e da mentalidade, tanto dos educadores quanto dos alunos. A eficácia da aprendizagem ativa, conforme observado por Bishop e Verleger, reside em uma implementação cuidadosa, capacitação docente e engajamento do aluno.

O crescimento e evolução das metodologias ativas refletem a necessidade contínua de adaptar-se às demandas educacionais do mundo moderno. Com os desafios e oportunidades apresentados pela era digital e pela globalização, é mais crucial do que nunca que a educação não apenas transmita informações, mas também habilite os alunos a serem pensadores críticos, solucionadores de problemas e aprendizes ao longo da vida.

Para alguns alunos, adaptar-se a um formato de ensino menos tradicional pode ser desafiador. É crucial, então, orientá-los sobre os benefícios e a importância das metodologias ativas.

Implementar certas técnicas de aprendizagem ativa pode necessitar de novos recursos e adaptações na infraestrutura educacional.

Avaliar o aprendizado em um ambiente ativo pode exigir novas ferramentas e métodos, distintos dos tradicionalmente empregados.

Neste cenário dinâmico, a ênfase se desloca de meramente "ensinar" para "facilitar a aprendizagem". Os educadores não são mais vistos apenas como depositários de conhecimento, mas como guias que ajudam os alunos a navegar pela vastidão de informações disponíveis, auxiliando-os a discernir o que é relevante e a aplicá-lo de maneira crítica e criativa.

Mudança de Mentalidade: Adotar metodologias ativas requer uma revisão da tradicional dinâmica professor-aluno. Os educadores devem estar preparados para mudar o foco, permitindo que os alunos se tornem mais autônomos em seu aprendizado. A mudança para as metodologias ativas reflete um reconhecimento mais amplo de que o aprendizado ocorre melhor quando é contextualizado, relevante e engajador. A memória e a compreensão são aprofundadas quando o aluno tem a oportunidade de aplicar o que aprendeu, discutir com os colegas e refletir sobre suas experiências.

Tecnologia como Facilitadora: A tecnologia desempenha um papel vital na promoção das metodologias ativas. Plataformas de aprendizagem online, realidade virtual e aumentada, e outros avanços tecnológicos oferecem novas maneiras de envolver os alunos e tornar o aprendizado mais interativo. No entanto, é crucial lembrar que a tecnologia é uma ferramenta e não um fim em si mesma. Ela deve ser usada de maneira estratégica para melhorar e enriquecer a experiência de aprendizagem, e não simplesmente por sua novidade.

Formação Continuada: A transição para um ensino mais ativo requer que os educadores se atualizem, adquirindo novas habilidades e técnicas pedagógicas. A formação contínua é, portanto, fundamental. Para que as metodologias ativas sejam eficazmente implementadas, a formação contínua dos educadores é essencial. Isso não se refere apenas a treinamento em novas tecnologias, mas também a estratégias pedagógicas que colocam o aluno no centro da aprendizagem. Workshops, seminários e cursos de formação podem ajudar os educadores a atualizar suas habilidades e abordagens.

A Importância do Feedback: Dentro das metodologias ativas, o feedback desempenha um papel crucial. Ao receber feedback contínuo, os alunos podem compreender melhor suas áreas de força e as que precisam de melhoria. Isso também promove a autoregulação e ajuda os alunos a se tornarem aprendizes mais autodirigidos.

 À medida que a educação continua a evoluir, as metodologias ativas oferecem uma abordagem promissora que atende às necessidades dos alunos do século XXI. Ao cultivar habilidades como pensamento crítico, colaboração e autoaprendizagem, as metodologias ativas preparam os alunos para um mundo que é cada vez mais complexo e interconectado. Enquanto os desafios existem, as recompensas – na forma de aprendizagem mais profunda e duradoura – são inestimáveis.

Teóricos e suas contribuições:

  • SALA DE AULA INVERTIDA

Bergmann e Sams : Popularizaram o conceito de "sala de aula invertida", uma abordagem que exemplifica o foco no aluno ao inverter a dinâmica tradicional da sala de aula.

A "sala de aula invertida" (ou "flipped classroom" em inglês) é uma abordagem pedagógica que, como o próprio nome sugere, inverte a dinâmica tradicional de ensino e aprendizagem. O conceito, embora não seja totalmente novo, ganhou notoriedade e uma formulação estruturada pelas mãos de Jonathan Bergmann e Aaron Sams.

O que é a Sala de Aula Invertida?

Tradicionalmente, professores apresentam novos conceitos ou conteúdos em sala de aula através de palestras ou exposições, e os alunos são encarregados de trabalhar em tarefas, problemas ou projetos como "lição de casa". Na sala de aula invertida, essa sequência é revertida:

Preparação Antecipada: Antes da aula, os alunos acessam materiais didáticos, geralmente na forma de vídeos gravados, leituras ou outros recursos digitais. Isso permite que se familiarizem com os conceitos básicos em seu próprio ritmo, pausando, revisitando ou aprofundando conforme sua necessidade individual.

Atividades em Sala de Aula: Com a base já estabelecida, o tempo em sala de aula é otimizado para discussões, atividades práticas, resolução de problemas, projetos e outras atividades interativas. O professor assume mais o papel de facilitador ou mentor, em vez de simples transmissor de informações.

Por que Bergmann e Sams Propuseram Isso?

Ambos eram professores de ciências e enfrentavam o desafio de atender às diversas necessidades de aprendizado de seus alunos em um ambiente tradicional. Eles começaram a gravar suas palestras e disponibilizá-las para os alunos como revisão. No entanto, perceberam que esses recursos também podiam ser usados para preparar os alunos para a aula, liberando tempo valioso em sala de aula para aprofundamento e aplicação.

Benefícios da Sala de Aula Invertida:

Personalização da Aprendizagem: Os alunos têm flexibilidade para aprender no seu próprio ritmo fora da sala de aula. Eles podem revisitar materiais que acham desafiadores e avançar rapidamente através de conceitos com os quais já estão confortáveis.

Mais Tempo para Atividades Práticas: Com conceitos básicos já abordados, o tempo de aula pode ser dedicado a atividades que aprofundam a compreensão e aplicam o conhecimento.

Apoio Imediato: Ao trabalhar em tarefas desafiadoras em sala de aula, os alunos têm acesso imediato ao professor e aos colegas para esclarecer dúvidas ou discutir ideias.

Promove Habilidades de Aprendizagem Autônoma: Como os alunos assumem a responsabilidade de revisar materiais antes da aula, eles desenvolvem habilidades valiosas de autogestão e aprendizado autodirigido.

Desafios:

Como qualquer abordagem pedagógica, a sala de aula invertida apresenta desafios. Garantir que todos os alunos tenham acesso aos recursos tecnológicos necessários, motivando-os a se preparar adequadamente para a aula e adaptando a pedagogia tradicional para essa nova abordagem são algumas das preocupações comuns.

A sala de aula invertida, popularizada por Bergmann e Sams, é um reflexo das possibilidades educacionais do século XXI. Reconhece a diversidade de ritmos e estilos de aprendizagem dos alunos e busca maximizar o valor do tempo passado em sala de aula, tornando-o mais interativo, colaborativo e centrado no aluno.

  • AMBIENTES DE APRENDIZAGEM IMERSIVA

Christopher Dede é um educador e pesquisador renomado que tem destacado as possibilidades das tecnologias imersivas na educação. "Tecnologias imersivas" referem-se a ferramentas e plataformas que proporcionam uma experiência envolvente e, muitas vezes, simulada, permitindo que os usuários se sintam "imersos" em um ambiente digital. Exemplos populares de tais tecnologias incluem a Realidade Virtual (RV), Realidade Aumentada (RA) e Realidade Mista (RM).

A teoria e pesquisa de Christopher Dede sobre ambientes de aprendizagem imersiva e tecnologias educacionais têm implicações diretas em vários aspectos do ensino moderno. Vamos explorar alguns dos contextos em que sua visão se alinha:

Ambientes de Aprendizagem Imersiva:

Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA): Dede tem trabalhado extensivamente com RV e RA para criar ambientes de aprendizagem envolventes. Nas escolas, isso pode se traduzir em simulações de laboratório em RV, excursões virtuais ou experiências de RA que trazem conteúdos históricos ou científicos para a vida dos alunos.

Gamificação:

Dede reconhece o poder dos jogos para engajar os alunos e proporcionar aprendizado contextualizado. Jogos educativos, plataformas de aprendizagem baseadas em missões e sistemas de recompensa digital alinham-se com sua visão de aprendizado imersivo e motivador.

Espaços Maker:

Os espaços maker, ou "fab labs", promovem a aprendizagem prática, a experimentação e a construção. A abordagem de Dede sobre aprendizado contextual e baseado em experiências ressoa bem com o ethos dos espaços maker, onde os alunos aprendem fazendo, construindo e experimentando.

Ambientes de Aprendizagem Colaborativa:

Dede tem destacado a importância do aprendizado colaborativo em ambientes digitais. Isso pode ser visto em plataformas de aprendizagem online que promovem discussões em grupo, projetos colaborativos ou resolução coletiva de problemas.

Personalização do Aprendizado:

A tecnologia oferece a capacidade de adaptar o aprendizado às necessidades individuais do aluno. Em linha com as ideias de Dede, muitas escolas estão adotando plataformas adaptativas que personalizam o conteúdo e o ritmo de aprendizado para cada aluno.

Dispositivos Móveis na Educação:

A pesquisa de Dede também toca na mobilidade e no aprendizado "a qualquer hora, em qualquer lugar". Isso se reflete na crescente adoção de tablets, smartphones e outros dispositivos móveis nas escolas para facilitar o aprendizado contextual e imersivo.

Em resumo, a abordagem de Christopher Dede sobre aprendizado imersivo, tecnologias emergentes e contextos digitais pode ser vista em uma variedade de práticas educacionais modernas. Sua visão continua a influenciar educadores, designers instrucionais e formuladores de políticas à medida que buscam maneiras inovadoras de melhorar o ensino e a aprendizagem.

  • DESMITIFICANDO A APRENDIZAGEM

Brown, Roediger e McDaniel . Métodos Ativos de Aprendizagem versus Técnicas de Estudo Tradicionais

Henry L. Roediger III, Mark A. McDaniel e Peter C. Brown são autores do influente livro "Make It Stick: The Science of Successful Learning" (Fixe o Conhecimento: A Ciência da Aprendizagem Bem-Sucedida). Neste livro, eles exploram a ciência da aprendizagem e derrubam vários mitos comuns sobre os melhores métodos de estudo.

Principais Pontos do Argumento:

A Releitura é Ineficaz: Um dos métodos de estudo mais comuns, especialmente entre estudantes, é a releitura. No entanto, Brown, Roediger e McDaniel argumentam que, enquanto a releitura pode dar uma sensação ilusória de familiaridade com o material, ela é menos eficaz para a retenção a longo prazo do que outras técnicas de estudo.

Prática Distribuída: Ao contrário do "cramming" (estudar intensamente na véspera de um teste ou exame), a prática distribuída (estudar o material ao longo de várias sessões distribuídas no tempo) é mais benéfica para a retenção de informações a longo prazo.

Prática de Recuperação: A prática de testar a si mesmo, ou a prática de recuperação, é mais eficaz do que a simples revisão. Quando os alunos são forçados a recuperar uma informação, eles reforçam a memória e tornam mais fácil acessar essa informação no futuro.

Aprendizado Interleaved: Em vez de focar em um único tópico até que esteja completamente entendido (prática bloqueada), é mais eficaz intercalar a aprendizagem de diferentes tópicos (aprendizado interleaved). Isso pode tornar o aprendizado mais desafiador, mas, a longo prazo, fortalece a retenção e a capacidade de aplicar o conhecimento em diferentes contextos.

Erros são benéficos: Enquanto a sociedade muitas vezes vê os erros de forma negativa, Brown e colegas argumentam que cometer erros durante o processo de aprendizagem é valioso. Os erros podem indicar áreas que precisam de mais foco e também fortalecem a aprendizagem correta quando a correção é fornecida.

A Aprendizagem é Desafiadora: Em vez de buscar técnicas de estudo que tornem a aprendizagem mais fácil e sem esforço, os autores argumentam que a aprendizagem deve ser desafiadora e, às vezes, até desconfortável. É neste processo de luta que a aprendizagem real e duradoura ocorre.

Impacto e Recepção:

O livro e as ideias de Brown, Roediger e McDaniel têm sido amplamente reconhecidos por educadores e profissionais da área de aprendizagem. Ao desafiar noções preconcebidas sobre como estudamos melhor, eles redefiniram práticas pedagógicas e estratégias de estudo. Ao mesmo tempo, o livro é um lembrete de que a aprendizagem eficaz requer esforço consciente e, muitas vezes, abordagens contraintuitivas.

O legado dos educadores do passado nas metodologias ativas contemporâneas.

Como destacado no início do artigo, as metodologias ativas representam uma evolução teórica ao longo do tempo. Educadores renomados de gerações anteriores já destacavam sua importância.

1.John Dewey: Frequentemente referido como o pai do aprendizado experiencial, Dewey acreditava que a educação deveria ser centrada no aluno e que os estudantes deveriam estar ativamente envolvidos no processo de aprendizagem. Ele argumentava que a aprendizagem é melhor quando está relacionada à experiência real e à resolução de problemas.

2. Jean Piaget: Piaget é famoso por sua teoria do desenvolvimento cognitivo, que descreve como as crianças adquirem conhecimento através da interação ativa com o mundo. Ele enfatizou a importância do aprendizado ativo e da descoberta.

3. Lev Vygotsky: Vygotsky focou na importância da interação social na aprendizagem. Ele propôs a ideia da "zona de desenvolvimento proximal", que é a diferença entre o que um aluno pode fazer sozinho e o que pode fazer com ajuda. Essa ideia é frequentemente usada em metodologias ativas, onde a colaboração e o trabalho em grupo são fundamentais.

4. Malcolm Knowles: Knowles é conhecido por sua teoria da "andragogia", que é a arte e ciência de ajudar os adultos a aprender. Ele acreditava que os adultos são aprendizes autodirigidos e que a aprendizagem é mais eficaz quando é relevante para suas experiências.

5. David Kolb: David Kolb é amplamente reconhecido por sua contribuição significativa à teoria da aprendizagem, especificamente por desenvolver o Modelo de Aprendizado Experiencial. Esta teoria sugere que a aprendizagem é um processo contínuo, influenciado pela experiência.


6. William Glasser: Glasser, com sua Teoria da Escolha, enfatizou a responsabilidade e escolha na aprendizagem. Seu enfoque estava no aprendizado significativo e na construção ativa do conhecimento pelo aluno.

Aprendizado significativo: Glasser acreditava que os alunos deveriam estar envolvidos no processo de aprendizagem e que o aprendizado deveria ser relevante para suas vidas.

Envolvimento do aluno: Em vez de serem passivos receptores de informações, os alunos devem estar ativamente envolvidos na construção de seu próprio conhecimento.

Relação professor-aluno: Glasser enfatizava a importância de relações saudáveis e positivas entre professores e alunos. Ele acreditava que uma relação positiva é crucial para o aprendizado eficaz.

Autoavaliação: Glasser defendia que os alunos deveriam ser ensinados a avaliar seu próprio trabalho, refletindo sobre seus próprios processos de aprendizagem.

Satisfazer as necessidades básicas: Segundo a Teoria da Escolha, todos nós temos quatro necessidades básicas: amor e pertencimento, poder ou competência, liberdade ou independência, e diversão. A educação, de acordo com Glasser, deve ajudar os alunos a atender a essas necessidades.

Enfatizando a responsabilidade: Glasser defendia que os alunos deveriam ser responsáveis por seu próprio aprendizado e comportamento.

A Pirâmide da aprendizagem de Glasser (1990) é uma releitura da  Aprendizagem por Retenção de Edgar Dale (1960).

Esses princípios se alinham com as abordagens das metodologias ativas, onde o aprendizado é centrado no aluno e é interativo, significativo e aplicável à vida real. 

 A Pirâmide de Aprendizagem ou Pirâmide de Retenção tem valor no sentido de que enfatiza a importância de métodos de ensino mais ativos e envolventes. É uma ferramenta que pode incentivar educadores a considerar uma variedade de métodos pedagógicos para melhorar o engajamento e a retenção dos alunos. Embora Glasser não tenha utilizado o termo "metodologias ativas", sua filosofia e ideias sobre educação certamente ecoam muitos dos valores fundamentais associados a essas metodologias.

Cada uma dessas abordagens posiciona o estudante como protagonista do processo educacional, incentivando uma postura ativa, crítica e engajada. Em vez de serem meros receptores passivos de informações, os alunos tornam-se participantes ativos no processo educacional, aplicando, questionando e refletindo sobre o que estão aprendendo.

É por isso que muitos autores e educadores incluem essas abordagens sob o guarda-chuva das "metodologias ativas". 

Esta é a essência das "metodologias ativas", que sinalizam uma transição do modelo tradicional de ensino, priorizando o papel central e ativo do aluno no seu próprio processo de aprendizagem.


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Notas finais:

Bergmann, J., & Sams, A. (2012). Flip your classroom: Reach every student in every class every day. International Society for Technology in Education.

Bishop, J. L., & Verleger, M. A. (2013). The flipped classroom: A survey of the research. In ASEE National Conference Proceedings, Atlanta, GA.
Bonwell, C. C., & Eison, J. A. (1991). Active learning: Creating excitement in the classroom. ASHE-ERIC Higher Education Report No. 1. George Washington University.
Brown, P. C., Roediger, H. L., & McDaniel, M. A. (2014). Make it stick: The science of successful learning. Belknap Press.
Dede, C. (2008). Theoretical perspectives influencing the use of information technology in teaching and learning. In J. Voogt & G. Knezek (Eds.), International handbook of information technology in primary and secondary education. Springer.
Dewey, J. (1938). Experience and Education. Kappa Delta Pi.
Glasser, William. (1990). The quality school: Managing students without coercion. Harper and Row Publishers, Inc.
Piaget, J. (1952). The Origins of Intelligence in Children. International Universities Press.
Prince, M. (2004). Does active learning work? A review of the research. Journal of engineering education, 93(3), 223-231.
Vygotsky, L. S. (1978). Mind in Society: The Development of Higher Psychological Processes. Harvard University Press.

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